Quando se candidatou a senadora em 2014, a ministra Eliana Calmon teve 32% de sua campanha financiados por construtoras. Segundo informações da Justiça Eleitoral, ela recebeu R$ 898,8 mil de empreiteiras, entre doações diretas e indiretas. Hoje, acredita que a delação premiada dos executivos da Odebrecht só pode ser levada a sério se denunciar magistrados e se atingir o Judiciário.
Aposentada do Superior Tribunal de Justiça e ex-corregedora nacional de Justiça, ela disse ao jornalista Ricardo Boechat, colunista da revista IstoÉ que “delação da Odebrecht sem pegar Judiciário não é delação”. “É impossível levar a sério essa delação caso não mencione um magistrado sequer”, completou.
Na mesma edição de sua coluna na IstoÉ, Boechat afirma que a ex-ministra está sendo investigada por ter recebido doação de R$ 250 mil da OAS durante sua campanha para senadora, pelo PSB da Bahia. A empresa é uma das investigadas por fraude a licitação, corrupção e superfaturamento de contratos com a Petrobras na operação “lava jato”.
A campanha da ministra Eliana foi amplamente financiada por empreiteiras. Ela arrecadou, no total, R$ 2,8 milhões. Disso, R$ 898,8 mil vieram de construtoras.
Além da OAS, o fundador da empresa, Carlos Suarez, também doou dinheiro para a campanha da ministra Eliana. Foram R$ 150 mil: R$ 100 mil diretamente a ela e R$ 50 mil por meio de Lídice da Mata (PSB-BA), senadora e candidata a governadora da Bahia em 2014.
Das envolvidas na “lava jato”, a ministra recebeu doações da Andrade Gutierrez e da própria Odebrecht. A doação da Andrade também foi feita por meio do comitê de Lídice da Mata. Foram R$ 90 mil. A Odebrecht contribuiu com R$ 50 mil.
Em volume, a doação da OAS só empata com a da Coesa Engenharia, que deu R$ 250 mil a Eliana. A CR Almeida, uma empreiteira do Paraná, fez quatro doações que somaram R$ 108,8 mil. Todas elas chegaram à ministra por meio de Lídice da Mata.
Do CONJUR .
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