Deputados ligados à área da saúde na Câmara já começam a rediscutir propostas em tramitação que possam lidar com a situação criada pela saída do governo cubano do programa Mais Médicos (Lei 12.871/13). Existem propostas que criam uma carreira médica com salários mais atrativos para quem se dispuser a ir para o interior nos primeiros anos (PEC 454/09) e até que tratam da obrigatoriedade ou não do Revalida, um exame nacional exigido para formados no exterior que queiram exercer a medicina no Brasil (PL 4067/15).
Na terça-feira (20), o governo lançou edital para contratar cerca de 8.500 médicos para o programa Mais Médicos com salário de R$ 11.800. Essa fase é aberta apenas para quem tem registro como médico no Brasil; mas, na semana que vem, estrangeiros ou brasileiros formados no exterior também poderão participar e continuará sendo dispensado o Revalida.
Para o deputado Mandetta (DEM-MS), o programa Mais Médicos, criado em 2013, não é sustentável porque ficou muito vinculado ao governo cubano. “O outro país [Cuba] naquele momento estava confortável do ponto de vista ideológico e financeiro. Era um bom negócio comecializar essa mão de obra com o Brasil. E quando achou que não era mais vantajoso, retirou a sua mão de obra do País e gera desassistência”, criticou.
O parlamentar lembrou que essas críticas já eram feitas no início da discussão sobre o programa. “Um país do nosso porte tem que gerar o seu próprio conhecimento, com a sua gente, com os seus médicos.”
Mandetta também defende uma política mais duradoura para o problema do acesso à saúde. Segundo ele, o edital lançado pelo atual governo não deve ter os efeitos desejados. “Em 72 horas, você tem que decidir se vai para algum lugar do País. É muita improvisação”, criticou.
Agência Câmara Notícias
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