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Apesar dos enormes holofotes dirigidos aos dois atos políticos de inauguração do eixo leste, um pró e outro contra a atual gestão do Governo Federal no mês de março deste ano, a população ainda sofre com a falta, ou a dificuldade no acesso, de água.

Transcorridos quase 3 meses dos festejos inaugurativos, há comunidades ribeirinhas que veem a água passar no quintal de casa, mas não podem usufruir do benefício. Além disso, há outras completamente ilhadas devido a nova configuração hídrica.

Entre Monteiro e Camalaú, em um percurso de aproximadamente 30 quilômetros, não há sequer passagens molhadas capazes de diminuir a angústia de quem sente na pele a dificuldade de deslocamento instaurada pelo novo percurso da água.

A Câmara Municipal identificou 9 pontos onde há urgência na construção de passagens molhadas. O vereador Cajô Menezes (PSDB) afirma ouvir da população vários relatos dos transtornos causados pela lentidão nas obras.

Segundo ele, o Governo do Estado também não construiu cercas entre as propriedades rurais e os canais da transposição. Diante dessa circunstância, vários animais foram levados pela correnteza.

Uma audiência está marcada para a primeira quinzena do mês de julho no Ministério Público para tratar das tensões e conflitos surgidos nessa inovadora conjuntura hídrica pela qual passa o município de Monteiro.

A prefeita Anna Lorena (PSDB) informou que quase 80% da oferta de água na zona urbana do município vem hoje do eixo leste. Ela contou que a garantia da segurança hídrica será a mola propulsora do desenvolvimento local.

Conforme a chefe do poder executivo, o apoio logístico e as competências dos integrantes dos campi universitários da UEPB, UFCG e IFPB tem sido importantes parcerias para a administração do cenário econômico atual.

O desencontro de informações perante a população mais carente tem sido intenso. Há dois meses surgiram boatos na cidade de que a população ribeirinha só teria acesso a água quando o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, estivesse cheio.

A informação foi desmentida pela pelo presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (AESA), João Fernandes. Porém, a população não pode instalar motores bombas, nem tampouco usufruir do precioso liquido sem autorização.

Por meio de drones e outros instrumentos, a AESA tem notificado agricultores e apreendido instrumentos de irrigação. Ansiosos por água, muitos agricultores ainda não saíram do carro pipa.

Inaugurado efetivamente em março foi o canal que permite a passagem das águas, mas a conclusão do eixo leste deve ocorrer em definitivo nos próximos dois anos. Até lá, a população mais carente torce para que as autoridades se entendam.

O jornalista Geovanne Santos esteve, na última quarta-feira, dia 14, em Monteiro, município no qual desembocam as águas do Rio São Francisco na Paraíba, e fez descobertas impressionantes.

Ele acompanhou uma turma do Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade Estadual da Paraíba que realizou uma visita técnica as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco no eixo leste.

Acompanhados pelos professores doutores Lemuel Guerra e Hermes Almeida, os 21 alunos se propuseram a integrar um comitê permanente de fiscalização e acompanhamento do projeto no município.  

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