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O presidente da China, Xi Jinping, conclamou os outros países do Brics a promoverem reformas estruturais e identificar novos motores de crescimento, citando um provérbio chinês de que “remédio amargo cura”.

Em discurso na abertura do Fórum Empresarial do Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Jinping exemplificou que a China fez 1.500 reformas e seu Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 299% nos últimos dez anos.

O presidente chinês falou com o tom de chefe do grupo dos cinco grandes emergentes e observou que não se trata só de retomar o crescimento, mas procurar uma visão de longo prazo e saber aproveitar a nova rodada de revolução científica e industrial em curso.

Jinping não deixou de dar uma alfinetada no presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, sem citar seu nome.

Disse que o protecionismo e a mentalidade egocêntrica estão em ascensão, a economia mundial entra numa fase de ajuste profundo, enfrentando novos desafios, e que “não devemos meramente reclamar e culpar os outros, mas trabalhar juntos”.

Destacou ainda que “a lei da selva e o jogo de soma de erros já não estão conforme a lógica de nossa época” e defendeu a cooperação e ganhos compartilhados. Disse que o bloco quer diálogo e não conflito, cooperação e não confrotação.

O presidente chinês entrou no auditório ao som de música, seguido pelos presidentes do Brasil, Michel Temer, e da África do Sul, Jacob Zuma, quase como num show, sob aplausos de um auditório lotado. Para o presidente da segunda maior economia do mundo, o Brics não é um bloco de meras discussões, mas sim de ações.

Jinping destacou que o mundo está vivendo uma época de grandes transformações, por isso é preciso levar adiante as reformas e remover obstáculos institucionais. Destacou que a economia mundial não saiu ainda do período de ajuste, marcado por crescimento frágil.

A globalização enfrenta mais incertezas, indicou, tornando a situação externa complexa para os emergentes e países em desenvolvimento. E o caminho do desenvolvimento não será sem dificuldades, acrescentou.

Ele observou que, num ambiente de diminuição da demanda internacional e riscos acumulados nos mercados financeiros, as vantagens tradicionais foram alteradas. Daí a importância de cooperação.

Do Valor Econômico

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