O PT vai trocar de comando. A decisão política sobre a mudança foi tomada em uma reunião realizada em São Paulo com a presença do ex-presidente Lula e as bancadas de deputados federais e senadores. A cúpula petista quer deixar a defensiva de quem está acossado pelas investigações da Operação Lava Jato, inclusive com as prisões dos três últimos tesoureiros do partido por crimes graves como corrupção e lavagem de dinheiro, além da denúncia oferecida  pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Lula.

A direção do partido e as principais lideranças – inclusive quem não compõe o diretório nacional – já concordam em antecipar as eleições diretas de filiados para escolher a comissão executiva e o comando nacional. O presidente da legenda, Rui Falcão, também topa não concorrer em nome da renovação na direção. Lançado pelo ex-ministro Jaques Wagner para a presidência da legenda, Lula deve continuar como presidente de honra do partido que fundou no início dos anos 1980.

Mas os petistas não vão limitar as mudanças no partido à troca na direção. O processo de tentativa de renovação implicará a substituição do principal instrumento de participação da legenda, as eleições diretas dos seus dirigentes, inclusive os estaduais e municipais. O acordo entre as principais correntes e Lula prevê o fim do PED, o Processo de Eleições Diretas, e sua substituição pela eleição dos dirigentes em convenções nacionais formalmente convocadas com esse objetivo.

Já há o consenso de que as eleições diretas devem ser antecipadas de dezembro de 2017 para abril ou maio do próximo ano, bem como a realização do Congresso, previsto para o segundo semestre do próximo ano, para maio ou junho. As eleições diretas internas do PT já provocaram denúncias dos próprios deputados petistas, inconformados com as filiações de última hora de militantes carimbados para apoiarem determinados grupos em troca de cargos na burocracia do partido, e até mesmo na estrutura pública.

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