Na quarta-feira (9), a Comissão Permanente de Segurança Pública da CMCG realizou uma audiência pública abordando o tema “Segurança Pública em Campina Grande”, com o objetivo de discutir melhorias e ações de combate à criminalidade e situação de condições de trabalho da corporação em Campina Grande e Região.
Para o encontro foram convidados todos os representantes interessados no bem-estar da população. A audiência pública foi aberta pelo presidente Marinaldo Cardoso (Republicanos) e secretariada por Waldeny Santana (UNIÃO). Após a composição da Mesa, o autor da propositura, Sargento Neto (PSD) apresentou a sua justificativa.
De acordo com o Sargento Neto – Presidente da Comissão de Segurança Pública, Defesa Social e Prevenção às Drogas, a finalidade da audiência foi debater com todos os segmentos os problemas, ações e soluções que visem à melhoria da segurança, principalmente na onda de assaltos aos comércios, pedestres e residências.
Na justificativa da propositura o vereador reforçou que por falta da gestão do poder público, os problemas recaem na Polícia Ostensiva, Militar e Civil. Além disso, ele disse que embora os dados tenham demonstrado redução de crimes violentos que resultam em homicídio, nos crimes patrimoniais houve um aumento. ‘Sem contar os pequenos crimes como roubo a celular, furto, pequenos delitos que não são contabilizados’ – explicou.
O Sargento Neto também falou sobre as causas da criminalidade, pontuando os problemas sociais, mas frisou que há leis que beneficiam aqueles que cometem crimes, falta de efetivo, desvalorização profissional e falta de assistência da saúde mental dos policiais.
Apresentando dados, o vereador apontou um déficit no número de policiais militares na cidade, informando que segundo a Organização das Nações Unidas, é necessário UM policial militar para cada 240 habitantes, enquanto que Campina Grande tem UM policial para aproximadamente 730 habitantes.
Por fim, ele reconheceu o trabalho de todos os policiais e explicou que hoje a população está percebendo a importância da Polícia Militar, pois após deixarem de vender a sua folga, o déficit se tornou ainda maior. Mencionou também a Lei 3.954 que o governador João Azevedo não assinou, prejudicando ainda mais a situação dessa categoria. “Ele é quem pode resolver esse problema’’ – reforçou.
O presidente da CASA parabenizou o Sargento Neto pela propositura e passou a presidência dos trabalhos.
Dando continuidade às exposições na Tribuna, Cabo Gilberto disse que em longo prazo é preciso melhorar as leis e a educação, mas que em imediato é preciso gestão da segurança pública por parte do Estado. Ele ressaltou que todo esse problema é da gestão atual e da anterior, que o governador também fez parte.
O deputado Federal, Major Fábio ressaltou que “temos bombeiros militares e pensionistas, passando fome’’. Ainda disse que infelizmente ninguém teve coragem de falar do piso nacional dos policiais, discordando da posição dos parlamentares que estão no Congresso e do presidente da República Jair Messias Bolsonaro.
Rodolfo Emanuel, Comandante da Guarda Municipal, falou da satisfação de participar da audiência e do trabalho realizado pela Guarda no Complexo Aluízio Campos, com mais de quatro moradias foram entregues sem invasão, graças à Guarda que esteve presente 24h por dia.
Ele ainda ressaltou todo o trabalho realizado da Guarda (projetos nas escolas, trabalho realizado na pandemia juntamente com as outras instituições) e disse que o efetivo será aumentado, inclusive com melhores equipamentos. Por fim, falou do PCCR dos servidores que espera ser aprovado.
Pedro Cunha Lima, Deputado Federal e pré-candidato a governador da Paraíba, também esteve presente e disse que para além de apontar culpados, era preciso apontar soluções. Reforçou que quem pode resolver é quem está no momento ocupando o Governo do Estado e que não pode ser razoável que em 26 estados do País, a Paraíba fique em último lugar no que diz respeito ao salário. Também mencionou que é preciso existir uma mudança de postura no diálogo do governador com a categoria, para que seja possível encontrar soluções.
O vereador Alexandre Pereira (PSD) também subiu à Tribuna, disse que ele desconhece a atuação do secretário da Segurança Pública do Estado, assim como a população da Paraíba também desconhece. Disse também que essa ‘greve branca’, que não é da responsabilidade dos policiais, está acabando com a cidade.
O vereador Luciano Breno (PP) parabenizou a Polícia Militar e ressaltou que o ordenamento jurídico deveria ser para proteger a Polícia Militar, no entanto, faz o contrário. Para além de tudo o que foi dito, o vereador também mencionou que a educação está defasada. “Quando nós víamos a polícia tínhamos o respeito e o cuidado’’ – disse.
O vereador Balduino Neto (PROS), enquanto comerciante, reforçou a questão da insegurança vivida pelos comerciantes da cidade de Campina Grande, principalmente pela ação da ‘gangue da marcha ré’ – disse.
Rostand Paraíba (PP), pontuou que a criminalidade aumenta cada vez mais, diante do descaso da educação. Reforçou que é preciso fornecer qualidade na educação para toda a população.
Encerrando as falas dos vereadores, Rubens Nascimento, Sargento Elmanir, vereador em Massaranduba e Olímpio Oliveira também fizeram as suas exposições.
Rubens (Sem partido) destacou que o que temos é um desgoverno, porque as dores estão desgovernadas. Também informou que chegou à cidade de Campina Grande, uma base de vídeo e monitoramento, no entanto a base não foi posta em atividade, passando anos parada e posteriormente sendo enviada para João Pessoa.
O vereador Olímpio Oliveira (UNIÃO), falou enquanto profissional da Polícia Civil e fez um resgate histórico explanando as suas problemáticas enfrentadas enquanto policial. Ressaltou que nunca houve um governo que se importasse com os policiais e como propositura, disse que deveria ser levantada uma luta pautando um fundo nacional de segurança pública e o piso salarial, mesmo que fosse regional.
A audiência foi encerrada pelo Sargento Neto, que informou que todas as falas e discussões serão protocoladas e transformadas em documento que será encaminhado aos órgãos responsáveis pela segurança na Paraíba e no País.
Da redação com Ascom
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